quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Alteração no Calendário das Aulas Práticas (a partir de outubro)


Outubro
03-04                   Diagnose de doenças de plantas I                             Manual v.2
10-11                            **Semana Luiz de Queiroz – não haverá aulas**        
17-18          Clínica Fitopatológica – Dra. Liliane De Diana Teixeira
24-25                   Diagnose de doenças de plantas II                            Manual v.2
        
Novembro
31-01                   Controle de doenças de plantas I                      (15 a 17)/34 a 39
07-08          Controle de doenças de plantas II                     (15 a 17)/34 a 39
14               Revisão – somente turmas de quarta-feira
15                        **Proclamação da República - não haverá aulas**
21-22          Controle de doenças de plantas III                    (15 a 17)/34 a 39
28-29          SEGUNDA PROVA PRÁTICA
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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Aula 6 (Teórica)

AULA TEÓRICA 06 – DOENÇAS ABIÓTICAS E INJÚRIAS

Para esta aula primeiro é importante lembrar os conceitos de doença e injúria.
Doença: É o mal funcionamento de células e tecidos do hospedeiro (planta) que resulta de sua contínua irritação por um agente patogênico ou fator ambiental e que conduz ao desenvolvimento de sintomas. O mal funcionamento pode resultar em dano parcial ou morte da planta ou de suas partes.
Injúria: Irritação momentânea.

Nas aulas anteriores vimos os diferentes agentes causais de doenças bióticas, tais como fungos, bactérias, fitoplasmas, espiroplasmas, vírus, viroides e nematoides. Nesta aula analisamos os agentes causais de doenças abióticas, suas características gerais, alguns exemplos e indicativos para fazer diagnose.

Os agentes causais das doenças abióticas podem ser:
-     Fatores ambientais: Temperatura, umidade, luz, nutrientes, pH.
-     Agentes químicos: Poluição atmosférica, herbicida, inseticida.
-     Toxemia de insetos.

As características gerais são:
-     Causadas por falta ou excesso de algo necessário para a vida das plantas (temperatura, umidade, luz, nutrientes) ou pela exposição a substâncias tóxicas.
-     Não são transmitidas para plantas sadias.
-     Afetam plantas em qualquer estádio.
-     Sintomas são bastante variáveis.

O conhecimento das doenças abióticas é importante no momento de fazer diagnose porque muitos fatores abióticos induzem sintomas semelhantes aos de doenças bióticas, como no caso de uma aplicação do herbicida Paraquat em milho que provocou machas foliares semelhantes às causadas por Phaeosphaeria maydis.

Diferente das doenças bióticas, nas doenças abióticas o agente causal geralmente não está presente no tecido da planta ou mesmo no ambiente durante a diagnose. No entanto, alguns agentes bióticos secundários podem invadir tecidos debilitados por fatores abióticos, dificultando a diagnose.

Alguns indicativos úteis para diagnose de doenças abióticas:
-     Ausência de sinais de agentes bióticos.
-     Sintomas aparecem de repente.
-     Sintoma com estádio de desenvolvimento semelhante e bastante uniforme. Em muitos casos os sintomas são simétricos.
-     Quando há lesões, as bordas são bem definidas.
-     Em campo, sintomas abióticos geralmente estão distribuídos uniformemente ou seguem a rota de aplicação de defensivos (se for esse o caso).
-     Diferentes espécies na área podem exibir o mesmo sintoma, exemplo, plantas com manchas foliares afetadas pela aplicação de um herbicida.

Não esqueçam também de fazer a análise detalhada do histórico da cultura e a análise dos sintomas e comparações com os já descritos na literatura. Se for possível, tentar a reprodução experimental dos sintomas da doença. Em alguns casos é possível curar a planta, por exemplo, corrigindo a deficiência nutricional do elemento escasso.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pesquisa - Até 0,5 na nota da primeira prova

Doenças quarentenárias no Brasil:

a. O que são doenças quarentenárias?
b. Quais os tipos? Explique cada um deles.
c. Dê dois exemplos de cada tipo.

Respostas até meia noite do dia 20/09.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Aula 6 (Prática)

AULA PRÁTICA 06 - DOENÇAS DO GRUPO V


Na aula prática dessa semana vimos as doenças do Grupo V, as quais interferem na fotossíntese do hospedeiro. Essas doenças são bastante importantes pelo fato de que as estruturas da maioria de seus agentes causais são facilmente disseminadas pelo vento e por consequência os mesmos podem se disseminar e infectar campos de cultivos vizinhos, entre regiões, países ou até mesmo continentes. Os patógenos desse grupo são específicos, ou seja, cada espécie de patógeno é capaz de infectar uma espécie de hospedeiro em particular. Esse grupo de doenças é subdividido em 4 subgrupos: Manchas Foliares, Míldios, Oídios e Ferrugens. Vamos relembrar as características e materiais vistos em nossa aula:

1. Manchas Foliares: Agentes causais - várias espécies de fungos e bactérias
Fungos: Conídios em conidióforos livres, pícnios ou acérvulos.
Bactérias: Células bacterianas
Os patógenos causadores de manchas são necrotróficos/hemibiotróficos e capazes de produzir toxinas durante o processo de infecção e colonização. Essas características explicam as lesões necróticas (acinzentadas, marrons ou pretas) circundadas por um halo clorótico característicos desse grupo de doenças. Essas manchas apresentam tamanhos e formas diversas e geralmente estão distribuídas ao longo do limbo foliar.

2. Míldios: Agentes causais – Cromistas. Possuem hifa asseptada, produzem esporângio em esporangióforos e esporos móveis (flagelados) denominados zoósporos. Estruturas são hialinas e observadas em ambas faces da folha do hospedeiro (onde encontram-se os estômatos). São patógenos favorecidos em temperaturas amenas e ambiente ÚMIDO (épocas chuvosas, baixadas e irrigação por aspersão). Patógenos específicos.

3. Oídios: Agentes causais – Espécies do gênero Oidium. Produzem hifas septadas, conídios em cadeia em conidióforos. Estruturas hialinas encontradas como “pó ou talco” na superfície foliar do hospedeiro. Essas estruturas podem ser facilmente removidas da folha por ação de chuva e/ou irrigação por aspersão e por isso são favorecidos em ambientes SECOS (época seca e cultivo protegido). Patógenos específicos.

4. Ferrugens: Agentes causais: várias espécies de basidiomicetos. Produzem esporos denominados Urediniósporos/Uredóporos que são ornamentados (espículas – “espinhos”) de coloração amarela, laranja em pústulas (rompimento da epiderme do hospedeiro). As pústulas produzidas nos órgãos do hospedeiro possuem coloração de ferrugem e são características desse grupo de doenças. Esses patógenos penetram via estômatos e são específicos (exceto o agente causal da ferrugem asiática da soja).


Materiais diagnosticados em aula:
Hospedeiro 1: Bananeira, Nome da doença: Sigatoka amarela, Agente causal: Fungo do gênero Cercospora.
Hospedeiro 2: Citros (limão cravo), Nome da doença: Verrugose, Agente causal: Fungo.

Hospedeiro 3: Cucurbitácea (abobrinha) ou soja, Nome da doença: Oídio, Agente causal: Fungo do gênero Oidium.
Hospedeiro 4: Cafeeiro, Nome da doença: Ferrugem, Agente causal: Fungo do gênero Hemileia.

Controle:
As doenças desse grupo são controladas com a utilização de variedades resistentes e controle químico (fungicidas).

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Aula 5

AULA TEÓRICA 05 - CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO-HOSPEDEIRO – NEMATÓIDES

Relembrando o ciclo das relações patógeno-hospedeiro:
-Sobrevivência: Perpetuação do inóculo entre os ciclos de cultura.
-Disseminação: Remoção, dispersão e deposição de propágulos.
-Infecção: Penetração e estabelecimento das relações parasitárias.
-Colonização: Desenvolvimento do patógeno no hospedeiro.
-Reprodução: Produção de descendentes.


Figura 1. Ciclo de vida de Nematóides-das-galhas em morangueiro.
Exemplos práticos foram apresentados em aula para o entendimento dessas relações no caso de Nematóides.
Exemplo 1: Meloidogyne incognita e M. paranaensis – cafeeiro arábico
Três cultivares de café são produzidos no Brasil, sendo essas Coffea arabica (70%), C. canephora (25%) e cultivares de C. arabica derivadas de hibridação entre C. arabica e C. canephora (5%). Nesse contexto, uma série de nematóides acomete essa cultura podendo ocasionar significativas perdas. Nematóides do gênero Meloidogyne comumente denominados nematóides-das-galhas apresentam-se como um dos principais e dentre suas características podemos citar: ciclo de vida: 20-30 dias sendo muito dependente da temperatura, preferência por solos arenosos, sedentarismo e produção de galhas nas raízes, tubérculos e eventualmente em órgãos aéreos. Não se conhece ao certo como esses nematóides sobreviveram ao desbravamento da Mata Atlântica nos estados de MG e PR. Sua disseminação ocorre através da movimentação de mudas contaminadas e sua infecção ocorre em todas as espécies de C. arabica. A colonização ocorre no interior das raízes das plantas e a quantidade de ovos produzidos pelos mesmos dependerá da quantidade e qualidade do alimento (hospedeiro).
Existe uma relação importante entre geadas e nematóide-das-galhas. Devido a intensas geadas ocorridas em algumas regiões, essas substituíram esse cultivo por outros, e o café foi levado para outras regiões juntamente com o nematóide, auxiliando sua disseminação. Outra relação abordada foi a poda e nematóide-das-galhas. As podas drásticas (recepa) realizadas em cafezais cujo solo encontra-se infestado com esse nematóide ocasionam significativos danos. Quando a parte aérea das plantas é eliminada durante a poda parte das raízes morrem e por consequência os nematóides na fase adulta que ali se encontram. No entanto, os ovos dos mesmos permanecem no solo e os juvenis começam a tacar as poucas e novas raízes do hospedeiro, aumentando sua população e por consequência os danos.
As principais táticas de manejo consistem na rotação de cultura e eliminação de plantas invasoras que atuam na fase de sobrevivência. A utilização de mudas sadias que atua na disseminação e o plantio de porta-enxertos resistente que atua nas fases de infecção, colonização e reprodução.
Exemplo 2: M. javanica e M. incognita – Cenoura
A sobrevivência acontece na própria cultura (cenouras descartadas no campo), batata e plantas invasoras. A disseminação ocorre através de mudas infectadas, batata-semente e caixas de colheita contaminadas. Desse modo o manejo pode ser realizado através de rotação de culturas (braquiária), alqueive, tratamento do solo (produtos químicos e solarização), uso de material propagativo sadio, uso de cultivares resistentes e desinfestação das caixas de colheita.
Eficácia dos nematicidas em função da tolerância da planta aos nematóides: Existe um limiar de densidade populacional de nematóides (limite de tolerância) o qual não interfere na produtividade do hospedeiro e esse nível é variável conforme as espécies de nematóide e seu hospedeiro.
Nematicidas biológicos: Existe uma espécie fúngica chamada Pochonia clamidosporia que possui capacidade saprofítica produzindo grande quantidade de clamidósporos. Esse microrganismo pode ser produzido em escalas maiores “in vitro” para utilização em campo. Geralmente o agricultor utiliza esse método de controle aliado a algum outro (rotação de culturas, por exemplo) e alcança bons resultados de controle.


AULA PRÁTICA 05 – DOENÇAS DOS GII + GIII + GIV

Nessa semana vimos:
Grupo II – Danos em plântulas (“damping off”): Os danos ocorrem em pré-emergência e pós-emergência. Os patógenos deste grupo são necrotróficos, tais como Pythium sp., Phytophthora sp. e Rhizoctonia sp. Estes patógenos são favorecidos por alta umidade, podem penetrar diretamente e sobrevivem no solo (clamidósporos, escleródios). São pouco específicos.

Grupo III – Podridões de raízes e colo: Os danos ocorrem em plantas adultas. Os patógenos deste grupo são necrotróficos, tais como Pythium sp., Phytophthora sp., Rhizoctonia sp., Sclerotium sp. e Fusarium solani. Estes patógenos são favorecidos por alta umidade, podem penetrar diretamente e sobrevivem no solo (clamidósporos, escleródios). São mais específicos que os Patógenos do grupo II, por exemplo, F. solani f.sp. phaseoli.

O controle é similar para as doenças dos grupos II e III, principalmente evitando a entrada do patógeno ou escolhendo locais isentos. Também pode ser feito tratamento do solo em pequenas áreas (químico, físico, solarização), tratamento químico sementes, irrigação controlada para evitar encharcamento. O uso de resistência varietal é inviável.

Grupo IV – Murchas vasculares: Os sintomas reflexo na parte aérea são murchas, devido a obstrução do xilema pelos patógenos. Os patógenos deste grupo são Fusarium oxysporum, Verticillium e Ralstonia solanacearum. Estes patógenos colonizam o xilema, podem penetrar diretamente pelas raízes e sobrevivem no solo (clamidósporos). São específicos ao hospedeiro e ao tecido. Como estratégias de controle para esse grupo de doenças pode-se usar resistência genética. Também é importante evitar a entrada do patógeno, escolher locais isentos e a rotação de culturas.


Vimos Sclerotium sp. em feijão, Rhizoctonia sp. em feijão e Fusarium em tomate.