Quais os princípios gerais de controle que são utilizados para manejo das doenças quarentenárias dos tipos A1 e A2. Explique como estes princípios são aplicados e dê exemplos.
Escreber na resposta nome e número USP. Respostas até meia noite do dia 31/10.
Este blog é uma ferramenta para auxiliá-los no decorrer da disciplina. Durante o semestre serão postados os tópicos das aulas de cada semana, textos complementares, avisos e dicas para as provas. Além disso, será aberto espaço para perguntas, sugestões e críticas em relação à disciplina, de forma a facilitar a comunicação entre estudantes, professores e estagiários. Sejam bem vindos!
terça-feira, 30 de outubro de 2012
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Aula 8 (Teórica)
AULA TEÓRICA 08 – EPIDEMIOLOGIA, CONCEITOS
GERAIS E ESTUDOS DE CASO
A epidemiologia de doenças de plantas nada mais é do
que o estudo das populações do patógeno e do hospedeiro e do contato
entre elas, que leva a algo novo: a doença. Esta pode ser considerada como
uma terceira classe de população: a população de lesões ou de plantas
doentes. Dessa forma, a epidemiologia, pode distribuir a doença nos aspectos
temporais e espaciais.
O objeto de arte da epidemiologia é melhor
compreender o patossistema, de como ocorre o crescimento da população de lesões
ou de plantas doentes no tempo e no espaço, levando em conta, as populações do
hospedeiro e do patógeno (e do vetor), assim como as influências do clima e do
homem sobre o patossistema considerado. Somente com essa compreensão o controle
racional da doença pode ser alcançado.
A epidemiologia de doenças de plantas foi fundada
por Vanderplank, em 1963, que identificou os padrões regulares, propondo os princípios
gerais dessa área de conhecimento, classificando esses padrões em dois grupos: as
doenças de juros simples ou monocíclicas (plantas infectadas durante o
ciclo da cultura não servem de fonte de inóculo para novas infecções no mesmo
ciclo) e as doenças de juros compostos ou policíclicas (plantas infectadas
durante o ciclo da cultura servem de fonte de inóculo para novas
infecções no mesmo ciclo). Como exemplos desses padrões, podemos observar
algumas doenças abaixo:
Há vários modelos para explicar o crescimento
temporal das doenças. Dentre esses modelos, podemos citar o modelo
monomolecular, ligado às doenças de juros simples e o modelo logístico,
ligados às doenças de juros compostos.
Para o crescimento espacial de doenças, temos vários
padrões, como a distribuição da doença no campo de forma regular, ao acaso e
agregado.
No estudo de caso, foram enfatizadas as doenças cancro
cítrico e huanglongbing.
O cancro cítrico tem como agente causal, a bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, com dispersão pela chuva + vento,
a distâncias curtas, com padrão espacial fortemente agregado, a presença de aerossóis
é frequente, mas não funcionais. O controle da doença se dá pela erradicação da
planta doente e, demais plantas a partir desta, num raio de 30 m. No passado, a
doença era 100% altamente agregado, mas com a introdução da larva
minadora (Phyllocnistis citrella), em
1996, essa situação mudou, a distribuição da doença, no ano de 1999,
apresentava um valor de 79% com agregação média ou acaso.
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/agosto2005/fotosju297online/ju297pg03a.jpg
A hipótese levantada para a mudança desse padrão era
que o patossistema do cancro cítrico, em SP (até 1996), não estava completo. O patossistema
completo era o que ocorria na Ásia: a bactéria, o hospedeiro e a larva minadora.
No ano de 1999, houve mudança da lei em São Paulo, para a erradicação da doença,
além dos 30 m, os talhões que apresentavam a incidência > 0,5%, todo o bloco
(ou talhão) é eliminado. De 2001 a 2009, o comportamento foi mais ou menos
estável. Isso é um exemplo de ajuste entre pesquisa e defesa, porém a partir de
junho de 2009, houve um relaxamento da lei estadual e em consequência disso, houve
um aumento na incidência de talhões infectados.
O huanglongbing (HLB) foi registrado no Estado de São
Paulo e atualmente é uma das mais sérias doenças dos citros, com o aumento significativo
de talhões infectados, pois além de apresentar plantas sintomáticas, há o dobro
de plantas assintomáticas.
http://www.caes.gov.tw/english/images/plant_02_5.jpg
O controle da doença se dá pela utilização de mudas
sadias, pela inspeção e erradicação, com controle químico do vetor. A forma de disseminação
da doença ocorre por duas formas: disseminação primária (o patógeno é
trazido de fora da plantação por insetos já infectivos a partir de fontes de
inóculo externos) e pela disseminação secundária (o patógeno se
dissemina de plantas infectadas para plantas sadias dentro da plantação). No
primeiro caso, os inseticidas e a erradicação são ineficientes, enquanto que no
segundo caso, são eficientes (na própria propriedade).
De modo contrário do que se pensa, o controle do HLB
é tecnicamente fácil, baseado na inspeção e erradicação frequente da região
considerada (com o uso do controle químico também). Deve haver cooperação entre
os produtores e o governo deve impor regras mais rígidas para a implementação
da Instrução Normativa 53 de 2008, pois o Estado de São Paulo tem a estrutura e
o conhecimento para inspecionar e erradicar o HLB. Em resumo: tudo depende de vontade
política para a inspeção e erradicação desta doença.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Aula 7
AULA TEÓRICA 07 – MECANISMOS
DE ATAQUE DE FITOPATÓGENOS E DE DEFESA DAS PLANTAS
Antes da aula temática foi realizada uma pequena
revisão sobre alguns ciclos das relações patógeno–hospedeiro, como a infecção
(vias de penetração), colonização (padrões de colonização de tecidos
vegetais) e reprodução, pois é nestes ciclos que o hospedeiro
encontra-se doente e onde vai atuar os mecanismos de ataque dos
patógenos e os de defesa das plantas.
A fisiologia do parasitismo é a especialidade dentro
da fitopatologia que visa esclarecer as bases bioquímicas e fisiológicas das interações
patógeno– hospedeiro. Abaixo está um quadro esquemático que explica bem essa
interação.
As estratégias utilizadas pelos micro-organismos
para causar doenças em plantas denomina-se mecanismos de ataque e estes
são: as enzimas, as toxinas e os hormônios.
As enzimas são proteínas responsáveis pela catálise
das reações anabólicas e catabólicas nas células dos seres vivos e são
importantes na penetração, colonização e nutrição do patógeno. As principais
enzimas são as cutinases, pectinases, celulases e hemicelulases. As pectinases
(enzimas pectolíticas) estão intimamente ligadas às podridões, como as causadas
pelas bactérias Erwinia e Pseudômonas e pelos fungos Phomopsis e Monilinia.
As toxinas são produtos
de patógenos microbianos que causam danos aos tecidos vegetais e estão
envolvidos no desenvolvimento das doenças. Os sintomas típicos incitados pelas
toxinas são: necrose (queima e manchas), clorose e murchas.
Há dois grupos de fitotoxinas:
as não-seletivas, que são tóxicas a várias espécies de plantas (hospedeiras ou
não) e que induzem manifestação total/parcial dos sintomas, como exemplo desse
grupo, temos a taxtomina A (secretada pela bactéria Streptomyces sp.) e
as seletivas (patotoxinas), que são tóxicas em concentrações fisiológicas
somente às espécies de plantas hospedeiras e são essenciais para o
estabelecimento do patógeno/manifestação dos sintomas, como exemplo, temos a victorina, presente
na interação Helminthosporium victoriae × aveia.
Os hormônios são compostos que ocorrem naturalmente
nas plantas, ativos em concentrações baixas e que possuem a capacidade de promover,
inibir ou modificar qualitativamente o crescimento das plantas, geralmente
agindo à distância do sítio de produção. Os patógenos produzem todos os
hormônios análogos a plantas (auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e ácido
abscísico). Os sintomas típicos hormonais são: enfezamento, supercrescimento, roseta,
epinastia, desfolha, ramificação excessiva de raízes e ramos e galhas. A
bactéria Pseudomonas savastanoi,
agente causal das galhas em oliveira, produz AIA in vitro, que é necessária para a formação
galhas (virulência).
Os mecanismos de defesa das plantas contra fitopatógenos
estão ligados à capacidade da planta em atrasar ou evitar a entrada e/ou subsequente
atividade de um patógeno em seus tecidos, pois na natureza resistência é a
regra, apresenta natureza dinâmica e coordenada, assim como efetividade contra
patógenos, além de atuar em um sistema multicompetente.
Os mecanismos de defesa da planta podem ser estruturais
e bioquímicos, ambos podem ser pré (passivos/constitutivos) e pós-formados
(ativos/induzíveis).
Os mecanismos estruturais pré-formados causam
atraso na penetração e estes são: cutícula, estômatos (citros × Xanthomonas axonopodis pv. citri),
pilosidade e vasos condutores. Já os estruturais pós-formados, são os halos,
papilas (deposição de material heterogêneo entre a membrana plasmática e a parede
celular no sítio de infecção), lignificação, camadas de cortiça, camada de
abscisão e tiloses (células do parênquima emitem porções do protoplasma para o
interior dos elementos condutores).
Os mecanismos bioquímicos inibem o
crescimento e ocasionam condições adversas para a sobrevivência do patógeno.
Os mecanismos bioquímicos pré-formados são os
fenóis (ácido protocatecóico/catecol ×
Colletotrichum circinans), alcalóides, lactonas insaturadas, glicosídeos
fenólicos, glicosídeos cianogênicos (cianeto de hidrogênio — sorgo × Gloeocercospora sorghi) e fototoxinas.
Por sua vez, os pós-formados são as fitoalexinas (compostos
antimicrobianos de baixa massa molecular, sintetizados pelas plantas, que acumulam
em células vegetais em resposta à infecção microbiana — sorgo × Colletotrichum sublineolum),
quitinases, β-1,3-glucanases, PR-proteínas, inibidores protéicos e as espécies
reativas de oxigênio.
No final da aula foi explicado que o nível de
resistência é a soma das contribuições de um número de mecanismos de
resistência (constitutivos/induzidos), a exemplo do que foi encontrado no grau
de resistência de genótipos de cevada ao ataque de Cochliobolus sativus.
AULA PRÁTICA 7 - DOENÇAS DO GRUPO VI
Vírus do vira cabeça do tomateiro (TSWV)
Vírus da abobrinha (ZYMV)
AULA PRÁTICA 7 - DOENÇAS DO GRUPO VI
Esta semana vimos o último grupo de doença, onde estão as Viroses, as
Galhas e os Carvões. Os patógenos deste grupo são biotróficos e apresentam o parasitismo
evoluído e alta especificidade em relação à planta hospedeira.
Na aula realizamos apenas a lâmina do carvão da cana-de-açúcar. Porém,
foi possível observar plantas de abobrinha, tomate e maracujá com virose e
galhas em raízes causadas por nematóide e Agrobacterium sp.
Vírus: São agentes infecciosos que não possuem metabolismo
próprio. São parasitas obrigatórios e utilizam os sistemas de síntese de ácido
nucléico e de proteínas da célula hospedeira para sua replicação.
Vírus da Leprose dos citros (CiLV)
Vírus do vira cabeça do tomateiro (TSWV)
Vírus da abobrinha (ZYMV)
Vírus do endurecimento do fruto do maracujazeiro (PWV)
Carvões: Doença caracterizada pela produção de massa
pulverulenta escura, sendo esta massa escura constituída de estruturas
reprodutivas do patógeno.
Carvão do milho: Ustilago maydis
Carvão da cana-de-açúcar: Sporisorium
scitamineum
Galhas:
Galha é o nome dado ao intumescimento do tecido do vegetal, decorrente da
infecção por um patógeno.
Meloidogyne
sp.
Agrobacterium
sp.
Controle: As
doenças deste grupo podem ser controladas com o uso de variedades resistentes ou
tolerantes, sementes e mudas certificadas e premunização para algumas viroses.
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