AULA TEÓRICA 07 – MECANISMOS
DE ATAQUE DE FITOPATÓGENOS E DE DEFESA DAS PLANTAS
Antes da aula temática foi realizada uma pequena
revisão sobre alguns ciclos das relações patógeno–hospedeiro, como a infecção
(vias de penetração), colonização (padrões de colonização de tecidos
vegetais) e reprodução, pois é nestes ciclos que o hospedeiro
encontra-se doente e onde vai atuar os mecanismos de ataque dos
patógenos e os de defesa das plantas.
A fisiologia do parasitismo é a especialidade dentro
da fitopatologia que visa esclarecer as bases bioquímicas e fisiológicas das interações
patógeno– hospedeiro. Abaixo está um quadro esquemático que explica bem essa
interação.
As estratégias utilizadas pelos micro-organismos
para causar doenças em plantas denomina-se mecanismos de ataque e estes
são: as enzimas, as toxinas e os hormônios.
As enzimas são proteínas responsáveis pela catálise
das reações anabólicas e catabólicas nas células dos seres vivos e são
importantes na penetração, colonização e nutrição do patógeno. As principais
enzimas são as cutinases, pectinases, celulases e hemicelulases. As pectinases
(enzimas pectolíticas) estão intimamente ligadas às podridões, como as causadas
pelas bactérias Erwinia e Pseudômonas e pelos fungos Phomopsis e Monilinia.
As toxinas são produtos
de patógenos microbianos que causam danos aos tecidos vegetais e estão
envolvidos no desenvolvimento das doenças. Os sintomas típicos incitados pelas
toxinas são: necrose (queima e manchas), clorose e murchas.
Há dois grupos de fitotoxinas:
as não-seletivas, que são tóxicas a várias espécies de plantas (hospedeiras ou
não) e que induzem manifestação total/parcial dos sintomas, como exemplo desse
grupo, temos a taxtomina A (secretada pela bactéria Streptomyces sp.) e
as seletivas (patotoxinas), que são tóxicas em concentrações fisiológicas
somente às espécies de plantas hospedeiras e são essenciais para o
estabelecimento do patógeno/manifestação dos sintomas, como exemplo, temos a victorina, presente
na interação Helminthosporium victoriae × aveia.
Os hormônios são compostos que ocorrem naturalmente
nas plantas, ativos em concentrações baixas e que possuem a capacidade de promover,
inibir ou modificar qualitativamente o crescimento das plantas, geralmente
agindo à distância do sítio de produção. Os patógenos produzem todos os
hormônios análogos a plantas (auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e ácido
abscísico). Os sintomas típicos hormonais são: enfezamento, supercrescimento, roseta,
epinastia, desfolha, ramificação excessiva de raízes e ramos e galhas. A
bactéria Pseudomonas savastanoi,
agente causal das galhas em oliveira, produz AIA in vitro, que é necessária para a formação
galhas (virulência).
Os mecanismos de defesa das plantas contra fitopatógenos
estão ligados à capacidade da planta em atrasar ou evitar a entrada e/ou subsequente
atividade de um patógeno em seus tecidos, pois na natureza resistência é a
regra, apresenta natureza dinâmica e coordenada, assim como efetividade contra
patógenos, além de atuar em um sistema multicompetente.
Os mecanismos de defesa da planta podem ser estruturais
e bioquímicos, ambos podem ser pré (passivos/constitutivos) e pós-formados
(ativos/induzíveis).
Os mecanismos estruturais pré-formados causam
atraso na penetração e estes são: cutícula, estômatos (citros × Xanthomonas axonopodis pv. citri),
pilosidade e vasos condutores. Já os estruturais pós-formados, são os halos,
papilas (deposição de material heterogêneo entre a membrana plasmática e a parede
celular no sítio de infecção), lignificação, camadas de cortiça, camada de
abscisão e tiloses (células do parênquima emitem porções do protoplasma para o
interior dos elementos condutores).
Os mecanismos bioquímicos inibem o
crescimento e ocasionam condições adversas para a sobrevivência do patógeno.
Os mecanismos bioquímicos pré-formados são os
fenóis (ácido protocatecóico/catecol ×
Colletotrichum circinans), alcalóides, lactonas insaturadas, glicosídeos
fenólicos, glicosídeos cianogênicos (cianeto de hidrogênio — sorgo × Gloeocercospora sorghi) e fototoxinas.
Por sua vez, os pós-formados são as fitoalexinas (compostos
antimicrobianos de baixa massa molecular, sintetizados pelas plantas, que acumulam
em células vegetais em resposta à infecção microbiana — sorgo × Colletotrichum sublineolum),
quitinases, β-1,3-glucanases, PR-proteínas, inibidores protéicos e as espécies
reativas de oxigênio.
No final da aula foi explicado que o nível de
resistência é a soma das contribuições de um número de mecanismos de
resistência (constitutivos/induzidos), a exemplo do que foi encontrado no grau
de resistência de genótipos de cevada ao ataque de Cochliobolus sativus.
AULA PRÁTICA 7 - DOENÇAS DO GRUPO VI
Vírus do vira cabeça do tomateiro (TSWV)
Vírus da abobrinha (ZYMV)
AULA PRÁTICA 7 - DOENÇAS DO GRUPO VI
Esta semana vimos o último grupo de doença, onde estão as Viroses, as
Galhas e os Carvões. Os patógenos deste grupo são biotróficos e apresentam o parasitismo
evoluído e alta especificidade em relação à planta hospedeira.
Na aula realizamos apenas a lâmina do carvão da cana-de-açúcar. Porém,
foi possível observar plantas de abobrinha, tomate e maracujá com virose e
galhas em raízes causadas por nematóide e Agrobacterium sp.
Vírus: São agentes infecciosos que não possuem metabolismo
próprio. São parasitas obrigatórios e utilizam os sistemas de síntese de ácido
nucléico e de proteínas da célula hospedeira para sua replicação.
Vírus da Leprose dos citros (CiLV)
Vírus do vira cabeça do tomateiro (TSWV)
Vírus da abobrinha (ZYMV)
Vírus do endurecimento do fruto do maracujazeiro (PWV)
Carvões: Doença caracterizada pela produção de massa
pulverulenta escura, sendo esta massa escura constituída de estruturas
reprodutivas do patógeno.
Carvão do milho: Ustilago maydis
Carvão da cana-de-açúcar: Sporisorium
scitamineum
Galhas:
Galha é o nome dado ao intumescimento do tecido do vegetal, decorrente da
infecção por um patógeno.
Meloidogyne
sp.
Agrobacterium
sp.
Controle: As
doenças deste grupo podem ser controladas com o uso de variedades resistentes ou
tolerantes, sementes e mudas certificadas e premunização para algumas viroses.
Nenhum comentário:
Postar um comentário