segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Aula 2

AULA TEÓRICA 2 - CONCEITOS BÁSICOS EM FITOPATOLOGIA: IMPORTÂNCIA DAS DOENÇAS DE PLANTAS
Nesta aula foi explanada a importância das doenças de plantas para a Agronomia e os principais conceitos em Fitopatologia.

Uma das citações mais antigas na literatura sobre doenças de plantas é encontrada no livro sagrado (750 a.C.), mas especificamente sobre a ferrugem da videira. Os gregos, por sua vez, cultivavam o trigo e algumas doenças, como as ferrugens do trigo e dos cereais, já eram relatadas naquela época. Essas doenças eram consideradas castigos divinos. Os romanos dedicavam uma festa aos deuses Robigus e Robigo, chamada de Robigália, com o sacrifício de animais de pele vermelha, com a finalidade de abrandar os castigos dos deuses.

Outra doença que se destacou na História da Fitopatologia foi o fogo de Santo Antônio (ergot) e o nascimento da Fitopatologia, como ciência propriamente dita, ocorreu por volta de 1845, quando da grande epidemia da requeima da batateira (Phytophthora infestans) (Figura abaixo), na Europa. Essa doença causou a morte de quase dois milhões de pessoas na Irlanda, assim como a emigração de mais de 1,5 milhões de pessoas, principalmente para os EUA. O pesquisador alemão Anton De Bary foi o responsável por esclarecer a causa dessa doença e, por isso, é considerado como o fundador do estudo das doenças de plantas (Pai da Fitopatologia).


Requeima da batata

Outros pesquisadores importantes para a Fitopatologia foram Pasteur (1860) que “quebrou” a teoria da geração espontânea e Koch (1891) que formulou os seus famosos Postulados de Koch. Fitopatologia, de maneira geral, vem a ser o mau funcionamento das células e tecidos do hospedeiro que resulta em uma contínua irritação por um agente patogênico ou fator ambiental, conduzindo ao desenvolvimento de sintomas.

Atente para a diferença entre irritação contínua × irritação momentânea, ou seja, para a diferença entre doença × injúria.

Os sintomas da doença são a exteriorização desta, ou seja, manifestações das reações da planta a um agente nocivo, enquanto que os sinais são o próprio patógeno ou suas estruturas presentes nas lesões.

Para que ocorra doença, os três fatores listados a seguir, devem estar envolvidos, os quais são ambiente (que deve ser favorável para o desenvolvimento do patógeno e para a ocorrência da doença), patógeno (com capacidade de causar doença) e hospedeiro (suscetível ao patógeno). Estes fatores podem ser representados pelo “Triângulo da Doença”, esquematizado abaixo:

Representação clássica dos fatores que interagem para a ocorrência de doenças em plantas.
Nesta aula também foi visualizada a importância das doenças de plantas para o homem, pois estas causam danos às plantas e seus produtos, bem como, pela influência direta ou indireta na rentabilidade do empreendimento agrícola. Há também os danos indiretos que atingem a comunidade rural, os consumidores, o estado e o meio ambiente. Desta forma, os danos causados pelos patógenos são bastante diversos e significativos, permitindo a separação destes em vários níveis, como pode ser ilustrado no esquema resumido a seguir:

Esquema da tipologia de danos causados por doenças de plantas.
Epidemias famosas também foram vistas na aula, como a requeima da batateira, mosaico da cana-de-açúcar, tristeza dos citros, cancro cítrico, mosaico do mamoeiro e vassoura de bruxa do cacaueiro, com destaque para esta última doença.
Atualmente, no Brasil, temos diversas doenças de grande importância e, estas também foram relatadas na sala de aula, como o cancro cítrico, a sigatoka-negra da bananeira, a morte súbita dos citros, a ferrugem asiática da soja, o “greening” e a leprose dos citros. Isso demonstra que temos muito trabalho pela frente no estudo e no controle de doenças!!!


AULA PRÁTICA 2 - POSTULADOS DE KOCH
Na aula prática foram apresentados os quatro postulados de Koch, que estabelecem a relação causal entre um determinado microrganismo e a doença por ele causada. Os postulados de Koch são utilizados para fazer a diagnose de doenças desconhecidas, ainda não relatadas na literatura. Para as doenças conhecidas devemos recorrer a livros, como manuais de doenças e compêndios de doenças específicos para culturas.
Postulados de Koch (1881)
  1. Associação constante patógeno-hospedeiro. O microrganismo deve estar associado com a doença em todas as plantas sintomáticas.
  2. Isolamento do patógeno. O microrganismo deve ser isolado da planta doente e cultivado em cultura pura.
  3. Inoculação do patógeno. O microrganismo em cultura pura deve ser inoculado sobre plantas sadias (mesma espécie ou variedade na qual a doença apareceu) e produzir a mesma doença nas plantas inoculadas.
  4. Reisolamento do patógeno. O microrganismo deve ser isolado em cultura pura novamente e suas características devem ser exatamente como as observadas no patógeno isolado no postulado dois.


Na aula desta semana reproduzimos apenas os postulados 1 e 2, onde vimos:
Postulado 1 - Associação constante patógeno-hospedeiro: Vimos a associação entre o fungo Asperisporium caricae em folhas de mamoeiro.

Postulado 2 - Isolamento do microrganismo: Foram feitos isolamentos indireto do fungo Septoria lycopersici de folhas de tomateiro e da bactéria Xanthomonas campestris pv. campestris de folhas de couve. O isolamento direto foi feito de sinais do fungo Penicillium sp. presentes em laranjas com bolor verde. Também vimos, porém não praticamos o isolamento de patógeno presente nos feixes vasculares.
Na próxima semana praticaremos o terceiro postulado, inoculação.

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