AULA TEÓRICA 2 - CONCEITOS BÁSICOS EM FITOPATOLOGIA: IMPORTÂNCIA
DAS DOENÇAS DE PLANTAS
Nesta aula foi
explanada a importância das doenças de plantas para a Agronomia e os principais
conceitos em Fitopatologia.
Uma das citações mais antigas na literatura sobre doenças de plantas é encontrada no livro sagrado (
Outra doença que se destacou na História da Fitopatologia foi o fogo de Santo Antônio (ergot) e o nascimento da Fitopatologia, como ciência propriamente dita, ocorreu por volta de 1845, quando da grande epidemia da requeima da batateira (Phytophthora infestans) (Figura abaixo), na Europa. Essa doença causou a morte de quase dois milhões de pessoas na Irlanda, assim como a emigração de mais de 1,5 milhões de pessoas, principalmente para os EUA. O pesquisador alemão Anton De Bary foi o responsável por esclarecer a causa dessa doença e, por isso, é considerado como o fundador do estudo das doenças de plantas (Pai da Fitopatologia).
Requeima da batata |
Outros
pesquisadores importantes para a Fitopatologia foram Pasteur (1860) que
“quebrou” a teoria da geração espontânea e Koch (1891) que formulou os seus
famosos Postulados de Koch.
Fitopatologia,
de maneira geral, vem a ser o mau
funcionamento das células e tecidos do hospedeiro que resulta em uma contínua irritação por um agente patogênico ou fator ambiental,
conduzindo ao desenvolvimento de sintomas.
Atente para a
diferença entre irritação contínua × irritação momentânea, ou seja, para a
diferença entre doença × injúria.
Os sintomas da doença são a exteriorização
desta, ou seja, manifestações das reações da planta a um agente nocivo, enquanto
que os sinais são o próprio patógeno
ou suas estruturas presentes nas lesões.
Para que ocorra
doença, os três fatores listados a seguir, devem estar envolvidos, os quais são
ambiente (que deve ser favorável para o desenvolvimento do patógeno e para a
ocorrência da doença), patógeno (com capacidade de causar doença) e hospedeiro
(suscetível ao patógeno). Estes fatores podem ser representados pelo “Triângulo
da Doença”, esquematizado abaixo:
Representação clássica dos fatores que interagem para a ocorrência de doenças em plantas. |
Epidemias
famosas também foram vistas na aula, como a requeima da batateira, mosaico da
cana-de-açúcar, tristeza dos citros, cancro cítrico, mosaico do mamoeiro e vassoura
de bruxa do cacaueiro, com destaque para esta última doença.
Atualmente, no
Brasil, temos diversas doenças de grande importância e, estas também foram
relatadas na sala de aula, como o cancro cítrico, a sigatoka-negra da bananeira,
a morte súbita dos citros, a ferrugem asiática da soja, o “greening” e a
leprose dos citros. Isso demonstra que temos muito trabalho pela frente no
estudo e no controle de doenças!!!
AULA PRÁTICA 2 - POSTULADOS DE KOCH
Na aula prática foram apresentados os quatro postulados de Koch, que estabelecem a relação causal entre um determinado microrganismo e a doença por ele causada. Os postulados de Koch são utilizados para fazer a diagnose de doenças desconhecidas, ainda não relatadas na literatura. Para as doenças conhecidas devemos recorrer a livros, como manuais de doenças e compêndios de doenças específicos para culturas.
Postulados de Koch (1881)
- Associação constante patógeno-hospedeiro. O microrganismo deve estar associado com a doença em todas as plantas sintomáticas.
- Isolamento do patógeno. O microrganismo deve ser isolado da planta doente e cultivado em cultura pura.
- Inoculação do patógeno. O microrganismo em cultura pura deve ser inoculado sobre plantas sadias (mesma espécie ou variedade na qual a doença apareceu) e produzir a mesma doença nas plantas inoculadas.
- Reisolamento do patógeno. O microrganismo deve ser isolado em cultura pura novamente e suas características devem ser exatamente como as observadas no patógeno isolado no postulado dois.
Na aula desta semana reproduzimos apenas os postulados 1 e 2, onde vimos:
Postulado 1 - Associação constante patógeno-hospedeiro: Vimos a associação entre o fungo Asperisporium caricae em folhas de mamoeiro.
Postulado 2 - Isolamento do microrganismo: Foram feitos isolamentos indireto do fungo Septoria lycopersici de folhas de tomateiro e da bactéria Xanthomonas campestris pv. campestris de folhas de couve. O isolamento direto foi feito de sinais do fungo Penicillium sp. presentes em laranjas com bolor verde. Também vimos, porém não praticamos o isolamento de patógeno presente nos feixes vasculares.
Na próxima semana praticaremos o terceiro postulado, inoculação.
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